sábado, 11 de setembro de 2010

“O Quarto Poder” e “Muito além do Cidadão Kane”


“O Quarto Poder” e “Muito além do Cidadão Kane”

Tanto o filme “O Quarto Poder”, dirigido por Costas Graves, quanto “Além do Cidadão Kane” (1993), trazem reflexão sobre o poder paralelo da mídia e a sua influência na sociedade. Discutem o tratamento da notícia com fins mercadológicos e sensacionalistas. O filme e o documentário questionam valores éticos que são muitas vezes deixados de lado por profissionais da imprensa.

No filme, um repórter da Califórnia, interpretado por Dustin Hoffman, faz uma cobertura jornalística para um Museu de História natural. Nesse momento entra em cena, com uma arma na mão, um segurança (John Travolta) que havia sido demitido. O ex-segurança ameaça a diretora do museu na tentativa de reaver o emprego. A partir daí, o jornalista passa a manipular a opinião pública, usando o empregado demitido. De forma sensacionalista ele conduz os telespectadores a ficarem contra ou a favor do transgressor.

Já o documentário dirigido por Simon Hartog traça um paralelo entre o magnata da Impressa, Charles Kane, do filme “O Cidadão Kane” e os “donos” da Rede Globo, empresa televisiva que ganhou concessão pública em plena ditadura militar. A Globo exerce influência nos diversos âmbitos da vida brasileira, inclusive na esfera política. A manipulação e o “tratamento” da notícia dados pelos jornalistas globais sempre estiveram à serviço das corporações, em detrimento dos direitos coletivos. Questionam-se os critérios de concessões de rádio e TV que beneficiam apenas uma meia dúzia de grupos e a relação espúria que se estabelece entre o público e o privado. Para a realização do documentário foram entrevistados artistas e pessoas públicas como Chico Buarque, Brizola e o atual presidente do Brasil, Luis Inácio da Silva, entre outros.


Para finalizar: não existe a pretensa neutralidade de quem trabalha com comunicação. Uma imagem, dependendo do ângulo, pode seduzir ou causar repulsa; uma notícia pode desvirtuar a verdade pelo o que é dito ou não dito. A partir do processo de edição uma mesma fala pode conter as mais diversas conotações. Cabe, portanto, uma educação voltada para a leitura crítica das mídias nos mais diversos viés. Dessa forma, confere-se ao cidadão o direito de escolha.

Imagem: http://euquemando.wordpress.com/

http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/view/1978/1793

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